Comissão de Tecnologia debate resultados do piloto Drex
A reunião de setembro da Comissão de Tecnologia da ABBC foi marcada pela apresentação da BIP sobre os avanços alcançados na segunda fase do piloto do Drex. O encontro destacou dois casos de uso que vêm sendo desenvolvidos e testados com a participação das instituições financeiras e parceiros de desenvolvimentos (BBChain e BIP) que compõem o consórcio ABBC: um dos casos explorou a utilização de títulos públicos federais tokenizados como garantia para oferta de crédito, e o outro caso teve como foco a tokenização de Cédulas de Crédito Bancário (CCBs) em todo o seu ciclo de vida.
No caso de títulos públicos federais tokenizados como garantia, o processo demonstrou como um cliente poderia utilizar títulos públicos tokenizados como colateral para a contratação de empréstimos. Por meio de contratos inteligentes, os ativos eram transferidos para um smart contract, liberando o crédito de forma instantânea. À medida que as parcelas fossem quitadas, o cliente recuperava gradualmente acesso aos títulos dados em garantia. Em situações de inadimplência, o contrato previa a liquidação dos ativos para a quitação da dívida, garantindo segurança tanto para a instituição credora quanto para o tomador. Esse fluxo completo foi validado na rede do Drex, com rastreabilidade assegurada em todas as etapas e visibilidade para fins de auditoria.
Já o caso de tokenização de Cédulas de Crédito Bancário (CCBs), permitiu testar a emissão, negociação em mercado secundário e liquidação de CCBs tokenizadas. Foram realizadas mais de 385 transações, todas com sucesso, comprovando a viabilidade técnica do modelo. O uso de smart contracts automatizou processos que tradicionalmente dependem de etapas manuais, trazendo ganhos expressivos de eficiência. Entre os benefícios observados estão a redução de custos com registro e depositária, além da criação de condições para um mercado secundário mais dinâmico e acessível. A solução foi validada por 16 instituições participantes do consórcio, reforçando a aderência do modelo proposto.
Ambos os casos de uso incorporaram soluções de privacidade desenvolvidas em parceria com empresas de tecnologia, como BBChain (Ptah) e Hamsa (Hamsa Privacy), validando a segurança dos dados e a confidencialidade das operações. Além disso, foram desenvolvidas plataformas integradas que possibilitaram aos participantes testarem de forma prática os fluxos transacionais, fortalecendo a interoperabilidade entre consórcios.
Os resultados consolidados dessa segunda fase foram enviados ao Banco Central, que planeja divulgar, em outubro de 2025, relatórios públicos resumidos sobre todos os casos de uso do Drex. Essa publicação permitirá que o mercado acompanhe não apenas as soluções bem-sucedidas, mas também os desafios enfrentados e as alternativas encontradas para superá-los.
O Banco Central já sinalizou a intenção de avançar para uma terceira fase do piloto, com foco no uso de ativos como garantias para reduzir o custo do crédito, tema diretamente conectado aos casos de uso que foram testados pelo consórcio ABBC. Outra linha de evolução mencionada envolve a possibilidade de operar sem o uso de blockchain, explorando tecnologias voltadas à reconciliação e otimização de garantias.
ABBC - Associação Brasileira de Bancos
Av. Paulista, 1842 - 15º andar
CEP: 01311-100 São Paulo - SP
ABBC ® Todos os direitos reservados.